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terça-feira, 4 de maio de 2010

BARATINHA-Policia Brasileira-Às portas da aposentadoria, investigador e Fusca se separam depois de 30 anos

Fusca  BARATINHAS

Há mais de 30 anos eles trabalham juntos no 1º Distrito Policial de Taubaté. Arnaldo Barbério é o investigador-chefe, tem 57 anos de idade, 34 deles dedicados à Polícia Civil. Seu ´parceiro`é mais novo, nasceu em 1977 em uma linha de produção em série. Um Fusca ´inteirão`, que não mostra as marcas da idade e nem as cicatrizes do trabalho policial. Com deveres na Polícia Civil mais do que cumpridos, ambos encerram neste ano (2009) seus ciclos na instituição. Arnaldo se aposenta para trilhar a carreira de advogado e o Fusca deve virar peça de museu.

Atrás do volante do ´baratinha`, como é conhecido o Fusca no DP, Barbério passou 20 anos* memoráveis. Cumpriu mandados de busca e apreensão, efetuou prisões, socorreu pessoas doentes e já fez até parto. Segundo o investigador, o valente fusquinha “nunca fugiu da luta”. Atualmente, com a substituição da frota, as coisas mudaram: “Hoje, que temos Blazers, Santanas e outros carros, o fusca é utilizado para outras funções, faz entregas de Ordens de Serviço e intimações, nada muito pesado”, admite o investigador.

O policial garante que a forma como cuidou do baratinha, deixando-o “impecável, sem nenhum vazamentozinho de óleo”, como ele mesmo diz, durante as duas décadas em que o dirigiu, refletem a forma como ele conduz a vida: “com muito respeito, dando valor ao que pertence ao Estado como se fosse meu. Em tudo que eu faço é assim”. Apaixonado por carros antigos, Barbério é dono de um jipe DKW, o ´Candango`, de 1961. “Ele é todo reformado. Só não tem placa preta porque eu ainda não fui atrás”, confirma.

O Fusca veterano será eternizado em um museu da Polícia Civil, por iniciativa do delegado Márcio Dutra, diretor do Deinter-1 (Departamento de Polícia Judiciária do Interior), que sugeriu o recolhimento do veículo. “Seria uma judiação deixá-lo no pátio”, disse.

E se o carro vai atrair olhares de outra vizinhança, exposto às luzes de um museu ainda a ser designado pela polícia, Barbério permanecerá em Taubaté, cidade em que nasceu. Bacharel em direito, ele pretende advogar na cidade de pouco mais de 270 mil habitantes, que fica a 130 quilômetros da capital.

*Até 1988 o fusca era dirigido por um motorista do 1º DP de Taubaté.

Victor Conrado Amaro

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